Berlim e as memórias do muro da vergonha

No dia 09 de novembro do ano passado a Alemanha comemorou os 25 anos da queda do Muro de Berlim. A mais famosa personificação da divisão do mundo entre capitalismo e comunismo foi construída da madrugada de 13 de agosto de 1961 e separava a capital alemã em duas partes: a oriental dominada pela União Soviética – responsável pela construção – e a ocidental liderada pelos Estados Unidos. As quase três décadas em que separou famílias e pessoas da mesma origem foram marcadas por fatos históricos, e a queda fez parte do processo que culminou com o fim da Guerra Fria.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o que restou da Alemanha nazista foi dividido em quatro zonas de ocupação, cada uma controlada por uma potência dos aliados que venceram a batalha: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética. Apesar de estar situada dentro da parte soviética, Berlim também teve seu território divido em quatro partes, e o muro surgiu por determinação soviética para impedir que cidadãos dessa região fossem até o lado ocidental. Durante anos quem se aproximava do muro (que apesar da finura era marcado por uma “zona morta” entre o muro e as grades com cercas elétricas) era sumariamente morto por militares da Alemanha Oriental.

Uma onda revolucionária de libertação ao comando de Moscou, iniciada na Polônia, varreu boa parte das colônias soviéticas e chegou a Berlim causando uma série de distúrbios civis. Após pressão popular vinda dos dois lados, em 09 de novembro de 1989, o governo da Alemanha Oriental autorizou a visita de seus cidadãos ao lado ocidental. Foi o que faltava para que milhares de alemães subissem no muro e fosse iniciado o processo, que durou semanas, em que partes do muro eram arrancadas. Era o início da reunificação da Alemanha.

Muro de Berlim 3

Até hoje, as marcas do muro são visíveis por toda a cidade. Seu trajeto é delimitado por uma linha de tijolos, partes do muro (embora algumas pareçam não ser legítimas) são vendidas como souvernirs, museus dedicam espaço a contar a sua história, e partes inteiras do muro estão em pontos estratégicos da cidade. É possível através de um passeio por esses pontos aprender um pouco mais sobre o Muro de Berlim, uma das maiores atrocidades recentes da história da humanidade.

Tive a sorte de visitar a cidade pela última vez justamente no ano passado, e pude acompanhar uma exposição magnífica sobre o Muro de Berlim, em comemoração aos 25 anos de sua queda. Mas, mesmo fora de datas comemorativas, é possível conhecer essa parte importante da capital alemã. O principal ponto de visitação é a “Topografia do Terror”, local de visitação onde está de pé parte do muro e abaixo uma série de informações e fotos explicam cronologicamente os fatos. Ao lado é possível visitar um museu que também completa as informações.

galeria topografia do terror

Bem próximo está o Checkpoint Charlie, um dos pontos de fronteira entre as duas partes de Berlim, que continua na mesma localização por onde se cruzava a fronteira. É possível tirar fotos com pessoas vestidas com uniformes militares da época. Também bem próximo fica a Potsdamer Platz, que por conta do muro ficou perdida entre as fronteiras e se tornou uma zona abandonada, mas hoje abriga grandes escritórios e é umas das regiões mais agitadas de Berlim. Ainda na região mais central da cidade, o Portão de Brandemburgo é famoso por não ligar a nada depois da construção do muro, e por ter sido um dos pontos de maior concentração na noite da queda do Muro de Berlim.

galeria berlim

Um pouco mais afastado, mas que vale uma visita é a East Side Gallery. Maior museu a céu aberto do mundo, é uma parte de 1.316 metros do muro que foi preservado e grafitado. Algumas de suas imagens são mundialmente conhecidas, como a “My Good, help me to survive this deadly love”, que retrata um beijo entre Leonid Brezhnev e Erich Honecker na celebração da fundação da República Democrática Alemã.

East Side Gallery 2 East Side Gallery 3

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