Templos em Kyoto: Caminho do Filósofo

A região norte da cidade de Kyoto é mesmo pródiga em templos e santuários. Se o noroeste exibe alguns dos principais templos, no nordeste da cidade está o famoso Caminho do Filósofo, que começa, termina e passa por outros interessantes templos e santuários. Além disso, uma bela vista da cidade do alto, um caminho tranquilo e arborizados, lojas e restaurantes completam essa que para mim é uma das visitas mais interessantes de Kyoto.

Com cerca de 2km, mas facilmente percorrido a pé, o Caminho do Filósofo recebe esse nome em homenagem a Nishida Kitaro, conhecido professor de filosofia da cidade que fazia essa caminhada diariamente para meditação. Há inclusive no meio do caminho, perto do templo Honen-in, um monumento de poema escrito pelo filósofo. Hoje turistas do mundo inteiro refazem a caminhada para contemplar o local e conhecer os bonitos tempos e santuários famosos de Kyoto. O Caminho do Filósofo em si é bem bonito e contemplativo, feito em meio a árvores de cerejeira (em abril elas florescem e deixam a paisagem ainda mais bonita), ao lado de um canal sinuoso com carpas coloridas e grandes e na base das montanhas de Higashiyama.

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O caminho começa no Ginkaku-Ji, também conhecido como Templo de Prata. O mais curioso é que apesar do nome o templo está em madeira, já que a ideia inicial de cobri com prata foi frustrada pela Guerra de Onin. A ideia seria fazer de Ginkaku-Ji uma espécie de Kinkaku-Ji, famoso por ser todo folheado a ouro. Mesmo assim a visita é imperdível, já que considero seu jardim o mais bonito de todos os templos que visite em Kyoto. Musgos, pinheiros, jardim zen e estátuas da Deusa da Misericórdia tornam a paisagem realmente linda, a ponto de ser considerado uma obra-prima em matéria de jardinagem e paisagismo. O local também é importante por ter elevado a nível de refinamento a cerimônia do chá, o teatro nô, o arranjo de flores e a pintura a tinta.

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Ao longo do caminho aparecem na sequência o Miroku-In, Honen-In (famoso pelo portão de palha e elevações de areia), Ankraju-In, Reigan-Ji, Otoyo-Jinja (santuário xintoísta no meio de tantos templos budistas), Koun-Ji, Nyakuoji-Jinja e Eikand-Do (que abriga o Buda Amida e de onde se tem uma bela vista de Kyoto do alto).

O término do Caminho do Filósofo é no Nanzen-Ji, conhecido por traduzir bem a filosofia Zen. O Hojo (aposento do monge superior) possui um jardim seco requintado e pinturas do período Momoyama. Há também o portal de dois andares Sanmon, construído para consolar as almas dos que pereceram no Cerco de Verão do Castelo de Osaka. Doz doze subtemplos no local, com apenas três abertos o ano inteiro, se destaca o Konchi-In (com pedras e pinheiros dispostos em formas de tartaruga). O aqueduto em frente ao Nanzen-Ji também merece ser visto.

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Ao contrário da região noroeste, o Caminho do Filósofo tem diversas opções de bares e restaurantes garantindo um passeio ainda mais agradável (realmente recomendo comer por lá). A vista, a natureza e a tranquilidade do local também fazem desse passeio obrigatório em uma visita a Kyoto.

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