Castelo de Sant’Angelo: De Mausoléu a rota de fuga dos Papas

Quem leu o livro ou assistiu o filme “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, certamente ficou curioso em conhecer o Castelo de Sant’Angelo. Ponto crucial na história, essa já era uma das atrações mais visitadas de Roma, mas foi impulsionada ainda mais com o sucesso do livro e depois de sua adaptação ao cinema. Parada obrigatória para quem visita a “cidade eterna”, tanto o Castelo quanto a ponte de Sant’Angelo são passeios lindos, normalmente feitos junto com o vizinho Vaticano.

O local foi construído, no ano 135, inicialmente para abrigar o Mausoléu de Adriano, então imperador de Roma, e permanece até hoje no mesmo lugar. Pouco tempo depois sua função foi alterada, transformando-se em edifício militar e em 403 passou a integrar a Muralha Aureliana, construída como situação de emergência como reação a invasão bárbara. Somente em 590 passou a ser conhecido como Castelo de Sant’Agnelo, quando o então Papa Gregório I afirmou ter visto o Arcanjo São Miguel sobre o castelo com sua espada indicando o fim da epidemia de peste que assolava a cidade. Foi a senha para que muitas construções consideradas pagãs em Roma fossem destruídas e o castelo passasse então para os domínios da Igreja Católica.

Isso explica o enorme anjo de bronze, feito por Pierre van Verschafeelt, que é um dos destaque do local, no topo do Castelo de Sant’Angelo. O atual anjo existe desde 1753, já que anteriormente era uma estátua de mármore feita por Raffaelo da Montelupo, atualmente exposta em um dos pátios que dão acesso aos aposentos papais. No terraço, de onde se tem uma lida vista da Ponte de Sant’Angelo, que fica em frente ao castelo, e de Roma, o anjo é um dos pontos altos da visita ao local.

A visita contempla ainda 58 salas que são visitadas através de uma rampa em espiral que começa à Câmara das Cinzas, onde está o Mausoléu de Adriano, passando pelas celas da prisão que outrora funcionou ali e as lindas residências papais construída  no local depois que passou a pertencer ao Vaticano. Cada Papa mandou decorar sua residência com frescos renascentistas que permanecem em excelente estado de conservação. Há ainda uma enorme coleção de armar relembrando a importância do local para a defesa da cidade de Roma. Claro que a passagem construída para servir de rota de fuga do Papa, que liga o Castelo de Sant’Angelo até o Vaticano, também desperta o interesse dos visitantes. Ao longo da visita alguns pontos de interesse são destacados pelo próprio local, em seus audioguides ou informativos com mapa para guiar a visita dos turistas.

Logo em frente ao castelo está a Ponte de Sant’Angelo. O lindo local que hoje apresenta belas esculturas, inicialmente exibia corpos de prisioneiros do Castelo de Sant’Angelo que eram executados. Em 1535 o Papa Clemente VII criou um imposto que financiou a construção das estátuas dos apóstolos Pedro e Paulo. Posteriormente foram construías as imagens de Adão, Noé, Abraão e Moisés. As últimas esculturas foram as que representam a Paixão de Cristo.

O Castelo de Sant’Angelo está aberto todos os dias das 09h às 19h30, exceto nos dias 01/01, 01/05 e 25/12. O ingresso custa 14 euros, gratuito para menores de 18 anos e no primeiro domingo de cada mês. Existem visitas guiadas em inglês (10h e 16h) e em italiano (11h e 17h) com custo de 5 euros.