Cave Nacional: um restobar de vinhos brasileiros

Muitas pessoas não sabem, mas o Brasil começou a produção de vinhos em solo nacional, em meados de 1800, com a chegada dos imigrantes italianos. Apenas recentemente os vinhos nacionais têm encontrado bom espaço no mercado e a Cave Nacional surge justamente para provar a qualidade e custo benefício dos vinhos brasileiros, agora em um charmoso restobar em Botafogo.

Os sócios Karina Bellinfanti e Marcelo Rebouças iniciaram a Cave Nacional em 2015, ainda como e-commerce, mas já com foco em vinhos nacionais, de pequenos produtores e vinícolas não tão renomadas. Do galpão no centro, onde às vezes eram realizadas degustações em mesas na calçada, a Cave Nacional ganhou um ponto físico que fizesse jus ao sonho de difundir a cultura do vinho nacional entre os cariocas e, claro, brasileiros.

A casa em Botafogo foi inaugurada em junho de 2017 com um conceito de restobar para reunir os amigos e familiares, enquanto se degustam vinhos de vinícolas espalhadas pelo país. O ambiente, que comporta 60 pessoas, está muito bem decorado, com mesas em madeira em seu interior, uma tímida mas convidativa varandinha, uma adega com 140 rótulos para compra e consumo de vinhos no local e um espaço no 2º andar dedicado a experiências com vinho.

cave nacional ambiente

Foi nesse espaço que o Maior Viagem foi convidado para uma degustação especial. Com uma mesa que comporta 18 pessoas sentadas para jantares harmonizados ou 16 pessoas para eventos de degustação e experiência com vinhos, o salão apresenta um painel com o passo a passo da produção dos vinhos tintos e brancos.

Nossa degustação iniciou com um espumante da região Sul do país, feito com Peverella, uma uva nativa do Brasil, a primeira plantada e cultivada pelos italianos nos anos de 1860. O Azzul Cattacini é um espumante brut, elaborado em conjunto com a Vinícola Piagentini, produzido pelo método tradicional (champenoise), o mesmo utilizado na região francesa de Champagne, e envelhecido por um ano e meio sobre as próprias leveduras da fermentação. Este processo confere ao produto uma complexidade e cremosidade particulares.

Dando seguimento, aprendi que as uvas mais cultivadas no Brasil são a Chardonnay (para o brancos) e a Merlot (para os tintos). Por isso as duas últimas etapas foram com um Chardonnay da vinícola Fabian, localizada em Nova Pádua (RS), um vinho branco varietal jovem, com aroma de frutas cítricas, como abacaxi e pera, e notas de carvalho francês; e um tinto (Enoteca) da vinícola Dal Pizzol, com 70% de Merlot e 15% de Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, formando um vinho de coloração vermelho-rubi vivo, aroma pronunciado de frutas vermelhas maduras, ameixa, geleia, couro envelhecido e especiarias.

cave nacional degustacao

Nossa degustação foi feita com queijos e frios, geleia de goiabada, caponata de berinjela e a bruschetta clássica da casa, normalmente servida em 3 unidades. O restobar oferece ainda como opções para acompanhar os vinhos, burrata, cocotte de gorgonzola com goiabada e pratos como risotos, spaghetti e sobremesas. Quem não for fã de vinho, mas quiser acompanhar os amigos, há opção de cerveja artesanal. A Cave Nacional desponta como o maior bar apenas com vinhos brasileiros e que visa trazer mais para perto toda a cultura desta bebida.

Endereço: Rua Dezenove de Fevereiro, 151 – Botafogo – Tel.: (21) 2146-5334 – Horário: 3ª a 5ª das 17h às 00h; 6ª e sábados das 17h à 01h.