A arte de Eduardo Kobra novamente em Dubai

O muralista brasileiro Eduardo Kobra está nos Emirados Árabes para realizar seu primeiro trabalho internacional de 2016. Acompanhado por Agnaldo Brito, artista da equipe de Kobra, ele faz desde 29 de fevereiro, em uma área nobre de Dubai, o mural A Lenda do Cavalo Árabe, de 17mX5m. É a segunda vez que Kobra faz intervenções em Dubai. Em maio de 2015 pintou na cidade o belíssimo mural O Beduíno e A Flor do Deserto (obra em 3D).

Segundo Kobra, a obra de certa forma também pode ser considerada tridimensional “porque acompanha o formato inusitado da fonte de água e porque os cavalos da pintura interagem com as águas do chafariz”.  Kobra é o primeiro artista urbano a ter permissão para pintar obras permanentes nas ruas de Dubai. A Lenda do Deserto foi entregue na última terça-feira, dia 8 de março.

Ao mesmo tempo em que Kobra trabalha no mural, acontece na cidade o “Dubai Canvas 2016”, evento que reúne 60 artistas de obras em 3D, entre eles Kurt Wenner, maior nome no mundo de obras desse gênero. Eduardo Kobra, convidado especial da curadora do evento, Jane Gosnell, é o único artista que não fará obra em 3D.

O muralista brasileiro conta sobre sua inspiração para A Lenda do Cavalo Árabe: “quando estive em Dubai no ano passado, vi durante um voo uma cena linda e inesquecível de cavalos árabes no deserto. Sempre pesquiso muito antes das minhas viagens e agora descobri uma lenda árabe maravilhosa, sobre a origem dos cavalos. E quando soube que pintaria em um lugar onde existem fontes e um chafariz, veio a ideia”.

A lenda do cavalo árabe é sobre um beduíno que vivia no deserto e pediu a Alá que lhe desse um companheiro para dividir os dias longos e quentes e as noites igualmente longas e frias do deserto. Alá compreendeu o que o homem desejava, a resolveu dar vida a um ser. O resultado foi uma criatura única, de olhos tão potentes quanto os da águia, faro tão sensível quanto o do lobo, velocidade grande como a da pantera e a grande resistência de um camelo. Como se não fosse o suficiente, acrescentou ainda a coragem destemida do leão, a memória privilegiada do falcão, a elegância do andar da corsa e a fidelidade inquebrantável de um cão. De acordo com a lenda, Alá chaou o Vento Sul e ordenou que ele soprasse um punhado de areia que estava em suas mãos. E surgiu daí o Cavalo Árabe, para atender o beduíno e para que o nome de Alá fosse sempre louvado.