Entrevista: Dóris Abrantes – empresária DA Gastronomia

Dóris Abrantes, à frente do buffet D.A. Gastronomia, tem um diferencial interessante no seu trabalho: ela viaja constantemente para diversos países para conhecer de perto a culinária local, descobrir novos sabores e técnicas, aprender e trazer novidades para o buffet. Já rodou o Japão, China, Turquia, Canadá, Estados Unidos, Bogotá, Cartagena, sempre mergulhando no aprendizado da gastronomia de cada lugar, nos segredos e receitas típicas, para trazer esses conhecimentos para o Brasil. Recentemente lançou o menu ‘Sabores do Mundo’, com opções clássicas de comidas do mundo inteiro.

MV: Como surgiu o interesse pela culinária?

D: Minha família é de ascendência árabe e sempre foi muito festeira. Minha mãe e minhas tias cozinhavam muito bem e todas as festas lá de casa giravam em torno da comida. Sempre uma novidade e muita fartura, além dos pratos típicos, elas adaptavam algumas receitas mais tradicionais com ingredientes que encontravam no Brasil. Gostava de ver as pessoas saindo das festas muito felizes e impressionadas com os pratos que elas faziam.

MV: Nós do Maior Viagem temos uma grande paixão pela gastronomia e incluímos sempre restaurantes locais em nossas viagens. Quais restaurantes marcaram suas viagens pelo mundo?

D: Também gosto muito de visitar restaurantes quando viajo. Dica de onde comer é a primeira coisa que vejo quando começo a fazer um roteiro. Esse é um dos principais pontos que me encantam nas viagens. Até porque a gastronomia fala muito da cultura de um povo! E no meu caso, é um misto de hobby e trabalho, porque tudo o que provo mundo afora me inspira de alguma forma. Alguns restaurantes que mais gostei em viagens recentes foram o Sacramento, no Chiado em Lisboa, que é especializado em comida mediterrânea, e tem um ambiente moderno incrível, e o  Astrid & Gastón no Peru. Tudo dele é feito com alimentos orgânicos, é o melhor lugar pra conhecer a culinária peruana.

MV: Quais curiosidades você pode ressaltar em relação aos hábitos alimentares dos países por onde passou?

D: Assim de cabeça, não me recordo de nada que tenha chamado tanto a minha atenção. Mas a experiência gastronômica muda de lugar para lugar, não é mesmo? O carioca se alimenta de forma diferente do paulista, assim como o francês do italiano. E isso é tão rico.

MV: Dos países que você já visitou, qual teve um impacto maior como inspiração para seu buffet? Por que?

D: Acho que foi o Peru. Além de ingredientes diferentes, eles tem uma gastronomia muito criativa. Voltei de lá querendo ousar mais nos temperos, sair do trivial. Mas como a pimentas e ervas não podem ser usadas sem comedimento e não é todo mundo que gosta, eu já pergunto quais as preferências do cliente antes de oferecer opções mais picantes do cardápio.

MV: Algum país que você ainda não conheceu, mas tem curiosidade para vivenciar mais de perto a culinária local? Qual?

D: Gostaria muito de ir ao Marrocos e à Índia. A riqueza de especiarias me encanta e elas podem fazer toda a diferença na comida. Por serem culturas tão distintas da nossa, tenho vontade de conhecer os hábitos alimentares de quem mora nesses países, as receitas tradicionais e o que de mais moderno eles têm feito, porque também devem ter evoluído na cozinha.

MV: Uma dica para o leitor do Maior Viagem que quer ter uma imersão na gastronomia de um país que visita.

D: Para conhecer de verdade a gastronomia dos locais, além de fazer uma boa pesquisa nos guias e sites especializados antes de viajar e listar os principais e os perfils dos restaurantes do país que você irá, é preciso também experimentar a comida de rua, sem preconceito.