Igreja de Sant’Ana é reaberta após 11 anos em reforma

No início do mês de julho, a Igreja de Sant’Ana, em Salvador, com quase 300 anos de história, reabriu suas portas para apresentar à imprensa o projeto finalizado de reforma e restauro, em andamento desde 2006. O templo volta a expor toda sua imponência, comemorando a vitória de uma comunidade que se uniu para evitar o desabamento de um dos principais acervos sacros da Bahia.

A Igreja de Sant’Ana, assim como diversos outros templos do patrimônio baiano, sofreu radical transformação ao longo do século 19. No caso de Sant’Ana, as reformas ocorreram entre 1814 e 1828, quando o templo perdeu sua a decoração barroca dos altares, que foi substituída por outras no estilo neoclássico. Da decoração barroca original sobreviveram às reformas, algumas imagens, os frontões das tribunas da nave e o corrimão da escadaria que dá acesso ao primeiro pavimento.

Após constatado completo abandono, o processo de recuperação da igreja – que foi construída em 1747 – iniciou em 2008, com o lançamento do Movimento Salve Sant’Ana. A importância da igreja, tombada como patrimônio nacional e que guarda tesouros como os restos mortais da heroína da Independência da Bahia, Maria Quitéria, chamou a atenção da comunidade para o seu estado. Além disso, Sant’Ana faz parte também da vida de personagens que ajudaram a construir a história da Bahia, como Irmã Dulce, que morava nos arredores da igreja e era assídua frequentadora do templo católico. Conta a história que foi na Igreja Matriz de Sant’Anna que Irmã Dulce decidiu ingressar na vida religiosa.

O processo de reforma e restauração da igreja, uma das principais referências do acervo sacro arquitetônico e histórico do Estado, acabou com o receio da perda de sofisticados entalhes e de relíquias de pinturas assinadas por grandes nomes da época, como os pintores Franco Velasco, José Rodrigues Nunes e José da Costa Andrade. Depois de muita luta, trabalho em conjunto, união da comunidade e de todo período de reformas e restauro, a Igreja de Sant’Ana foi reaberta para os festejos de sua padroeira, no mês de julho.