Nos arredores de Nova Orleans, um passeio na famosa Oak Alley Plantation

Quando Lestat (Tom Cruise) encontra o mortal Louis (Brad Pitt) pela primeira vez no filme “Entrevista com Vampiro” ele mora em uma belíssima mansão. As famosas cenas da mansão ao fim de um caminho de carvalhos (tradução de oak alley) impressiona pela beleza. Por isso mesmo, quem visita Nova Orleans não pode deixar de dar um pulo na Oak Alley Plantation, que serviu de locação para o filme (confira abaixo o trailer).

A visita dentro da mansão é acompanhada por guias vestidos com trajes típicos da época em que a fazenda foi construída, quando a plantação de café garantia a economia local. Do lado externo é possível conhecer alguns lugares curiosos, como o local onde ficavam os escravos, numa das poucas fazendas da região que foi preservada apesar da Guerra Civil norte-americana. O famoso caminho de carvalhos liga a sede da fazenda ao Rio Mississipi, trazendo um ar misterioso e nostálgico a propriedade. Ao entrar na mansão, cuidadosamente preservada, fazemos um mergulho na história da família que ergueu a Oak Alley através dos cômodos do local.

Um dos “reis do açúcar”, o francês Jacques Telesphore construiu a casa para dar de presente à sua noiva. Mas com a Guerra Civil instalada na região, toda a fazenda foi desapropriada e usada como base militar. Não se sabe porque essa propriedade escapou dos incêndios e depredação da época, mas fato é que graças a essa preservação podemos entender melhor como funcionavam as plantations antes e durante a guerra. Posteriormente a fazenda passou por inúmeros donos e foi completamente abandonada, até que em 1972 foi criada uma fundação que preserva e explora comercialmente o local.

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Nos jardins é possível ver o sino que avisava que a comida estava servida. Aliás a sala de jantar é uma das mais curiosas, com seu enorme abanador sobre a mesa, que era manipulado por um escravo para aliviar o calor, e uma armadilha de vidro para captar insetos. Além disso, ao lado da casa é possível visitar um pequeno cemitério, além de assistir um vídeo sobre a história do local. Ainda existe uma cabana que mostra como era o acampamento militar ali instalado durante a Guerra Civil.

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Ao fundo da casa uma senzala mostra como era a produção de açúcar e como viviam os escravos. Os donos da Oak Alley eram considerados bons e tinham como característica não separar famílias nos leilões de vendas dos escravos. Certa vez os filhos dos donos do local chegaram a colocar família de forma separada a venda, por considerar mais lucrativo, mas os patriarcas compraram os próprios escravos para garantir que as famílias continuassem unidas.

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Depois dos limites iniciais da fazenda, após a cerca, existe a parte mais comercial do local, com loja, bar e restaurante. Aliás, uma dica é ir comer no restaurante do local e experimentar a típica comida creole. Um passeio imperdível pela história do sul dos Estados Unidos, e para sentir-se dentro dos filmes, programas de TV e clipes que foram filmados ali.

Curiosidades: Como naquela época as visitas permaneciam por muito tempo, já que o transporte era precário, os donos da casa serviam no café da manhã nos quartos um abacaxi como sinal de boas vindas. Quando a fruta era servida novamente era sinal de que sua estadia já estava longa, e um convite a liberar o quarto de visita.

Ainda, quando algum pretendente ia conhecer as filhas do casal, uma vela era coloca em um castiçal e a chama era acessa. Se a conversa estivesse boa a vela ficava no alto desse castiçal, mas se não tivesse agradando um sistema manual fazia a vela baixar para sinalizar. O tempo da conversa era ainda o tempo em que a vela estivesse acessa.

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