Palácio Nacional de Mafra: monumento barroco em Portugal

Em Lisboa, o turista com interesse na parte cultural da cidade vai encontrar no Palácio Nacional de Mafra, um edifício cuja imponência só foi possível graças ao ouro oriundo do Brasil. Considerado o mais importante monumento Barroco em Portugal, o palácio é uma verdadeira obra de arte da arquitetura.

Os números do palácio impressionam. Ocupando uma área de 37.790 m², possui mais de 1.200 divisões, mais de 4.700 portas e janelas, 156 escadarias e 29 pátios e saguões. Grandes mestres das artes, portugueses e italianos, entre escultores e pintores assinam a maioria das obras do Palácio. Os dois carrilhões, com 92 sinos – o maior conjunto histórico do mundo –, foram encomendados em Flandres, na Bélgica. Mais tarde, já no final do século XVIII, D. João VI, encomendou, nomeadamente, um novo conjunto de seis órgãos para a Basílica.

Ainda que nunca tivesse sido residência permanente da família real, o Palácio Nacional de Mafra foi até ao fim da Monarquia frequentemente visitado pelos monarcas, que ali celebravam festas religiosas, passando parte do verão caçando. Foi também em Mafra que o último rei de Portugal, D. Manuel II, passou a última noite no país antes de partir para o exílio, em 1910, com a implantação da República.

Destaca-se no conjunto arquitetônico a Biblioteca, com 36.000 volumes compreendidos entre os séculos XV e XIX, é pavimentada em pedra lioz de várias cores e tem no centro uma abóboda apoiada em quatro arcos, fechada por uma pedra-mármore na qual está esculpido um rosto humano representando o sol. O interesse pelo monumento vem ganhando cada vez mais expressão e os concertos de órgão, realizados no primeiro domingo de cada mês, são uma das razões. São oferecidas visitas segmentadas, ou seja, à Biblioteca, ou à Basílica, por exemplo, uma vez que implicam menos tempo do que uma visita à totalidade do monumento.

O livro “Memorial do Convento” de José Saramago tem como pano de fundo a construção do Palácio Nacional de Mafra, também conhecido como Convento. Brilhante reinvenção do romance histórico, consagrou Saramago internacionalmente e o tornou um dos nomes fundamentais das letras contemporâneas. O monarca absolutista D. João V, cumprindo uma promessa, ordenou que o edifício fosse erguido no início do século XVIII, em pleno processo colonial, à custa de uma imensa quantidade de ouro e diamantes vindos do Brasil.