Rua Alagoinhas 33: A casa de Jorge e Zélia

Passear por Salvador é mergulhar num caldeirão de cultura. Mesmo com tantas vezes que visitei a cidade, ainda sobram surpresas que encantam a qualquer um. É o caso do famoso endereço da Casa do Rio Vermelho (Rua Alagoinhas 33), onde moraram Jorge Amado e Zélia Gattai. Um endereço frequentado por artistas, escritores, diretores de cinema e grandes pensadores do Brasil e do mundo.

Fechada desde 2003, quando Zélia se mudou do lugar, a casa foi aberta ao público no final de 2014 e mostra um pouco da história dos seus donos e de todos que passaram por ali. Com bastante interatividade e preservando os cantos especiais da casa, é possível viajar no tempo e imaginar como viviam esses dois grandes ícones da cultura brasileira. Com curadoria de Gringo Cardia, outro grande artista brasileiro, o passeio é imperdível para quem conhece obras como “Tieta do Agreste”, “Gabriela”, “Capitães da Areia”, entre outras.

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Jorge Amado nasceu em 1912 no interior baiano e se transformou num dos maiores escritores brasileiros. Seu amor e companheirismo com Zélia surgiram na época da ditadura, quando os dois lutavam por seus ideais. Grande escritora, Zélia se tornou ainda uma parceira especial para Jorge. Ao longo da vida o casal fez grande amigos, e todos frequentaram a Casa do Rio Vermelho. Nomes como Glauber Rocha, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tom Zé, Grande Otelo, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Sonia Braga, Sophia Loren, Iuri Gagarin, entre outros fizeram parte do ciclo de amizade do casal que viveu junto por mais de 50 anos. Os jardins e cômodos que receberam tanta gente importante, hoje estão de portas abertas para a visitação do público.

Sem percurso pré-definido, o museu leva o visitante a se embrenhar pelos cômodos e conhecer um pouco de como era a vida do casal. A casa marcada por brasilidade em todos os seus cantos transpira a obra dos autores e a interatividade em cada parte mostra como os dois se tornaram essas figuras lendárias. No jardim, estações mostram a ligação dos dois com a cultura brasileira e a religiosidade tão presente na Bahia. Nos cômodos internos a simplicidade é a marca mais importante, e os objetos pessoais nos colocam frente a frente com um pouco do estilo de vida dos dois. É possível ver a máquina de datilografia que escreveu tantos sucessos da literatura mundial, imaginar os sabores preparados na cozinha, ver as roupas usadas pelo casal, a coleção de arte brasileira que fazia parte do acervo dos dois e até mesmo ler alguns dos livros mais famosos em um espaço delicioso na varanda.

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Um passeio imperdível de onde se sai ainda mais apaixonado pela história de amor desse casal que encantou o mundo.

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