Simulador e museu do terremoto em Tóquio

Todo mundo que planeja uma viagem para Tóquio fica pensando: Será que acontecerá um terremoto enquanto eu estiver lá, mesmo aqueles mais fracos? Dois em cada dez terremotos com magnitude superior a 6 graus na Escala Richter (que vai até 10) acontece no país. Por isso é comum associarmos esse fenômeno na natureza ao país. Essa curiosidade a respeito pode te levar a conhecer dois lugares bem interessantes em Tóquio, que visitei na viagem que fiz pra lá: Um simulador de terremoto, onde você viverá a experiência pessoalmente, e o Museu do Terremoto.

Antes de falar especificamente desses dois lugares e explicar porque resolvi visita-los, afinal não são atrações famosas para os turistas, vale uma explicação sobre Japão e terremotos. O Japão está no limite da placa tectônica Euroasiática, uma da regiões mais sísmicas do planeta. Por estar nessa zona de convergência de placas, denominada Círculo de Fogo do Oceano Pacífico, que envolve as placas do Pacífico, Euroasiática Oriental, Norte-Americana e das Filipinas; é que o país sofre constantes terremotos, tsunamis, além de intensa atividade vulcânica.

Ikebukuro Fire SationPor isso mesmo é comum ver o país nos noticiários sobre o assunto. Mesmo quando nenhuma dessas atividades acontecem o tema terremoto continua atrelado ao Japão, tanto que foi assim que eu descobri que em Tóquio existia um simulador de terremoto. Foi através de uma reportagem na TV que soube da existência, e como estava de viagem marcada para lá resolvi procurar mais a respeito. Não sei porque tinha ficado com a ideia de que seria uma espécie de museu do terremoto, mas na verdade trata-se de uma base de bombeiros – Ikebukuro Fire Sation – que faz treinamento para desastres. Dentre eles existe o que ensina a lidar com terremotos, onde é possível conhecer o simulador.

Os passeios são guiados e existem dois tipos, um mais completo com aulas de primeiro socorro, como controlar incêndios, etc.; e outro onde você assiste um vídeo sobre o assunto e vai para o simulador. Por levar menos tempo, e já que meu objetivo era mesmo conhecer o simulador de terremoto, resolvi ir nesse horário. É importante ficar atento também que há horários que o passeio é feito somente em japonês, mas exatamente por ser os menos procurados acabam sendo o mais fácil de conseguir participar sem fazer a reserva antecipada. Fui num desses horários e valeu a pena, já que o vídeo tinha legenda em inglês e as explicações antes do simulador eram feitas por um funcionário que se esforçou para explicar o básico em inglês.

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O vídeo é bem legal, com uma linguagem para crianças, mas que ensina o básico de como se proteger; além de apresentar historicamente os principais terremotos que já aconteceram no Japão. Depois já na sala do simulador o funcionário explica com mais detalhes o que deve ser feito em uma situação de terremoto (fácil de entender porque é com desenhos em um telão) e convida os participantes a sentarem na mesa onde está o simulador. É feita então a simulação em diversos graus de abalo segundo a Escala Richter. Como poderão ver no vídeo abaixo, no meu caso foi justamente o terremoto mais forte registrado no Japão, de 9 graus em uma escala de 10, que ocorreu em março de 2011. É uma experiência bem louca, mesmo estando em um ambiente controlado. Fico imaginando como deve ter sido na realidade.

No vídeo que mencionei que assistimos, claro que muito se falou do terremoto de 2011, famoso inclusive pelo tsunami que veio na sequência. Mas também é citado o terremoto de 1923, quando um tremor de 8.1 atingiu a região metropolitana de Tóquio. Era hora do almoço e muitas famílias preparavam comida, o que fez com que o mesmo fosse seguido de um grande incêndio que destruiu a cidade e provocando a morte de mais de 100 mil pessoas. No vídeo é mostrado um parque onde existe uma estátua que homenageia as vítimas desse terremoto, e foi buscando depois informações no Google que descobri onde ficava.

Fui então conhecer o Kanto Eartquake Memorial Museum. No primeiro andar gráficos e mapas mostram como foi a destruição em Tóquio, além de poder ver peças de metal e vidro contorcidas pelo calor das chamas do grande incêndio. Já no segundo, imagens de artistas locais, diários escolares e notas pessoais demonstram a realidade dos danos. O museu fica em um parque, onde está a estátua (foto) que mencionei e um templo para homenagear os mortos. O local foi escolhido para receber o museu e o memorial porque só ali trinta e oito mil pessoas morreram queimadas. Assustador imaginar!

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Dois lugares que não fazem parte do roteiro básico dos turistas por Tóquio, mas que eu gostei muito de conhecer e aprender mais a respeito. Vale a pena a visita.

Nossa viagem para Tóquio foi feita em parceria com o Mandarin Oriental Tokyo que nos hospedou.