Vik Muniz no Museu Mauritshuis, em Haia

O Museu Mauritshuis é um dos principais museus de Haia, na Holanda. E para abrir sua primeira exposição de arte contemporânea, convidaram o brasileiro Vik Muniz, cuja obra ocupará o espaço de exposições temporárias, de 9 de junho a 4 de setembro.

É nesse museu onde estão o popularíssimo “Moça com brinco de pérola” (c. 1665) e “Vista de Delft” (c. 1660), ambos de Vermeer. E é onde também pode ser apreciada a impressionante “A lição de anatomia do dr. Tulp” (1632), de Rembrandt, ao lado de outras 14 telas do artista. Com foco nos grandes mestres do século XVII, época de ouro das pinturas holandesa e flamenca, a Royal Picture Gallery Maurithuis está sediada na bela residência construída na primeira metade do século XVII pelo conde Mauricio de Nassau, governador da colônia holandesa no Brasil de 1636 a 1644.

Vik levará ao museu a série completa de Verso, em que reproduz fielmente, com furos, etiquetas de empréstimos e imperfeições da moldura, a parte de trás de pinturas emblemáticas. Ele já fez isso com com cerca de 25 pinturas, entre elas “A passadeira” (1904), de Picasso, do acervo do Guggenheim de Nova York, “Mona Lisa” (1503-1506), de Leonardo Da Vinci, no Museu do Louvre em Paris, e “Abaporu” (1928), de Tarsila do Amaral, na coleção do Malba, em Buenos Aires.

Para a exposição serão acrescentadas obras feitas a partir do acervo do Museu: os dois Vermeers e o Rembrandt citados acima, e ainda “O pintassilgo” (1654), de Carl Fabritius. Além destes, Vik trabalha também sobre “Vista da Ilha de Itamaracá” (1637), de Frans Post, uma das sete telas sobreviventes do período em que o artista esteve no Brasil, junto com Albert Eckhout. “Vista da ilha de Itamaracá” é considerada a pintura mais antiga das Américas feita por um pintor profissional.

Numa sala contígua à das telas, Vik vai apresentar, em vídeos e objetos, toda a artesania da produção: o histórico dos materiais, o funcionamento do scanner 3D, os carimbos de empréstimos, o trabalho do calígrafo com as assinaturas, os experimentos para chegar ao tom certo das manchas.

Depois de Haia, a exposição viaja para Viena, no museu Belvedere, onde será acrescida de telas de Egon Schiele e Oskar Kokochka; e, em seguida, para Oslo, na Galeria Nacional, onde ganhará o reforço de “O grito” (1893), de Edvard Munch.

Endereço do Museu Mauritshuis: Plein 29, 2511 CS Den Haag