Conhecendo o Itamaraty por dentro

Na última vez que estive em Brasília aproveitei para conhecer o Palácio do Itamaraty, onde as missões de Estado que chegam ao Brasil são oficialmente recebidas. A sede do Ministério das Relações Exteriores já me impressionava pela beleza externa, mas conhece-la por dentro é ainda mais impressionante. Um passeio que todos que planejam visitar Brasília deveriam fazer.

A entrada para visitantes do edifício projetado por Oscar Niemeyer é pela lateral, já que a entrada principal é reservada as solenidades oficiais. É preciso agendar a sua visita através do e-mail visita@itamaraty.gov.br ou pelo telefone (61) 2030 8051 em um dos horários disponíveis (veja o serviço no fim desse post). Importante ressaltar que de segunda a sexta é proibido fazer a visita usando bermudas, camisetas, roupas curtas e chinelos.

O início da visita, feito com auxílio de uma excelente guia (um dos melhores passeios guiados que já fiz em prédios públicos), acontece no salão de entrada do Palácio. É um dos maiores vãos abertos do mundo sem pilares de sustentação onde se encontra a famosa escada e um jardim aquático de Burle Marx, além de obras de arte de diversos artistas. Aproveite essa parte para fazer suas fotos, já que em apenas duas partes da visita é permitido tirar fotos. Além de ser uma das áreas permitidas, é a imagem mais forte relacionada ao cerimonial de recebimento de autoridades estrangeiras no Brasil.

Nesse andar, em áreas não abertas para visitação, estão localizados o protocolo e cerimonial, bem como a assessoria de imprensa do Ministério. A famosa escada espiral que dá acesso ao restante do passeio também liga o subsolo (outra área que a visita não permite conhecer) onde fica um auditório com tradução simultânea, utilizado em eventos com os representantes dos países visitantes.

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Ao subir ao mezanino – local de entrega de medalhas e da Condecoração da Ordem do Rio Branco – o visitante é convidado a observar a obra “Metamorfose”, de Franz Weissmann (escultura formada por placas de ferro cortadas que dá a sensação de movimento conforme vamos andando), e ver de perto o painel em madeira de Athos Bulcão que divide o espaço com a sala dos tratados. É atrás dessa treliça com detalhes coloridos, que representam os povos que formaram o brasileiro, que está a mesa onde são firmados os acordos e tratados internacionais. Um detalhe curioso é que essa sala foi projetada para ficar de frente para o Ministério da Justiça (Palácio da Justiça), com vista geral graças a parede de vidro, para que simbolize que a justiça brasileira é testemunha de todos os tratados firmados pelo Brasil com outros países. Nesse andar ficam também o gabinete do Ministro de Estado e do Secretário geral (que não podem ser visitados).

Subindo ao terceiro andar, reservado para as festas de recepção das comitivas internacionais, estão diversos salões com obras de arte brasileiras e alguns presentes oferecidos por outros países ao Brasil. Logo na chega, na Sala Dom Pedro I existe uma peça de óleo sobre tela retratando a coroação do mesmo, outra sobre o “Grito do Ipiranga”, a “Pomba da Paz” de João Alves Pedrosa e um dos maiores tapetes persas do mundo (70 metros quadrados), oferecido pela Rainha Elizabeth da Inglaterra. Ao lado está a Sala Portiniari (maior sala de coquetel) onde duas obras representam o sul e o nordeste do Brasil – “Os Gaúchos” e “Os Jangadeiros”. Há também dois anjos talhados em madeira do estilo barroco que representam os embaixadores de Deus. A terceira sala – sala duas épocas – mescla móveis do século 18, como o jogo de cadeiras da Princesa Isabel e cômodas do Barão de Rio Branco, com obras de arte contemporâneas, como “A Mulher e sua Sombra”, de Maria Martins.

O salão nobre é um lindíssimo jardim suspenso de Burle Marx (segundo local onde as fotografias são permitidas) que encanta pela sua beleza e pela vista espetacular da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes. No salão ao lado – Sala Brasília – cabem 234 pessoas sentadas para refeições servidas com uma obra de Burle Marx em tapeçaria ao fundo e um biombo chinês da Dinastia Myng do século 14 (obra mais antiga do acervo do Palácio). Não deixe de visitar a área externa e tirar foto da entrada principal do Palácio, e da obra “Meteoro” que fica no espelho d’água ao lado. Ela representa os 5 continentes e a fluidez diplomática entre eles.

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 – O Maior Viagem teve apoio do Windsor Brasília Hotel para a produção das matérias dessa viagem –

Serviço:

Visitas guiadas do Palácio do Itamaraty

Horários: Segunda a sexta (09h, 10h, 11h, 14h, 15h, 16h, 17h), sábado e domingo (09h, 11h, 14h, 15h, 17h)

Duração: 01 hora

Idiomas: Português, Inglês e Francês

Agendamento: Pelo e-mail visita@itamaraty.gov.br ou pelo telefone (61) 20 30 8051

Informações necessárias para a reserva: dia, horário e idioma desejado; número de pessoas no grupo e nome e número de celular de um dos visitantes