Em dia conturbado, Trump anuncia exceções ao tarifaço mas aplica Lei Magnitsky contra Moraes
Veja as medidas impostas pelo governo Trump este ano
O presidente Trump assinou hoje (30/07) o tarifaço contra produtos do Brasil. Mas na decisão adiou o início da taxação e listou algumas exceções. Além disso, o governo dos EUA anunciou a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes. Tudo isso já é considerado pelo Itamaraty como a maior crise diplomática entre os dois países em 200 anos.
A justificativa oficial do governo norte-americano para a taxação é deum suposto desequilíbrio comercial. No entanto, a base dessa alegação é questionável, visto que as relações comerciais entre os países é superavitária para os norte-americanos, que ganham mais do que perdem. Analistas apontam para um forte componente político por trás das sanções, seja pelo alinhamento político do gabinete trumpista com a extrema-direita brasileira, oposição à Lula, ou aos interesses das gigantes de tecnologia, que olham pro judiciário brasileiro com muitas reservas após julgados recentes.
Para além da antecipação das medidas tarifárias, a parte política desta guerra comercial se pautou também pela aplicação, neste mesmo dia, da chamada Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF: para todos os efeitos, o ministro enfrentará duras sanções visando restringir sua capacidade de se beneficiar do sistema financeiro dos EUA e de viajar para o país.
As tensões bilaterais escalam, a despeito das tentativas de acordo tidas por parte de Brasília. Já são dadas como certas retaliações com tarifas recíprocas baseadas na Lei de Reciprocidade Econômica: a resposta é temida por diversos setores produtivos em ambos os países, dado que desorganizaria cadeias, bloquearia exportações e encareceria o valor final de produtos em ambos os lados.
O tarifaço entre EUA e Brasil reflete uma tendência global de uso de tarifas como alavanca política e econômica, reminiscentes da guerra comercial entre EUA e China sob a administração Trump, ou mesmo as disputas de aço e alumínio que já afetaram o Brasil. A incerteza com o aquecer deste conflito mantém o mercado em alerta, enquanto o Brasil se prepara para defender seus interesses comerciais no cenário internacional.
