Como a taxação de Trump afeta seu bolso

O anúncio ontem (09/07) da taxação de Trump com 50% em cima de produtos brasileiros virou o assunto mais comentados das redes sociais. A partir do dia 01º de agosto a taxa será cobrada para os produtos do Brasil que entram nos Estados Unidos.

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Isso derruba a competitividade das exportações brasileiras e gera um caos em diversas cadeias produtivas. Apesar de afetar majoritariamente os próprios cidadãos dos Estados Unidos, que passam a pagar mais pelos mesmos produtos, e os produtores brasileiros, que sentirão fortemente com a queda brusca de rentabilidade, a ação de Trump também pode ter algum impacto no orçamento das famílias em nosso país.

Inicialmente, a medida tende a gerar uma queda de preços, em especial em gêneros relacionados ao agronegócio, como carnes, laticínios, soja, frutas e legumes. Enquanto os exportadores não conseguem escoar seus produtos para novos mercados, poderão direcionar estes produtos para o mercado doméstico, o que, pelo aumento da oferta interna, tende a reduzir os preços.

O problema, todavia, será caso esta guerra tarifária se estender: produtores e empresas que exportam para os Estados Unidos perderão sua competitividade, e poderão ser obrigadas a fazerem cortes drásticos de custos com pessoal, serviços e expansão de suas redes. Assim, uma metalúrgica que exporta para o país, por exemplo, poderá se ver obrigada a realizar demissões em massa de operários, ou, ainda, uma grande exportadora de carnes poderá ter de reduzir seu custo com pessoal em frigoríficos, preparo e controle de qualidade. 

Mas a resposta brasileira, que a que tudo indica será de reciprocidade, provocará o encarecimento imediato de produtos ou peças importados dos EUA. Assim, produtos eletrônicos, farmacêuticos, autopeças, maquinário agrícola e até gêneros alimentícios como trigo sofrerão aumentos significativos até que outro mercado menos hostil substitua o de Washington.

Deve-se aguardar, enfim, se a decisão trumpista de tarifar a quem queira e como queira se manterá, ou, como no início do ano, será revertida após a pressão dos mercados e população norte-americanos. A ação de Donald Trump é mais um indício, todavia, que os Estados Unidos passam por um período de instabilidade política, imprevisibilidade diplomática e descredibilidade comercial.