Começa amanhã o conclave: Como pensam os favoritos a virar Papa

Veja as opiniões dos favoritos sobre temas polêmicos

Escolha no novo Papa começa amanhã no Vaticano Crédito: C1 Superstar/Pexels

Sem dúvida, os últimos doze anos não foram os mais tradicionais para a Igreja Católica Apostólica Romana: sob a orientação do Papa Francisco, a Santa Sé optou por tomar contornos reformadores e, até, inéditos: a luta pela erradicação da pobreza, adoção de discursos pela justiça climática, solidariedade com refugiados e até a abertura e diálogo com a população LGBTQIA+ marcaram a passagem do papa argentino pela liderança da Cúria.

Reserva de hotel na Booking

Com o falecimento de Francisco no dia 21/04, cardeais, em meio às muitas homenagens e ritos, já se preparam para o Conclave, reunião que elegerá seu sucessor. Muito se fala de preferidos e candidatos fortes, porém, cumpre destacar quais são seus perfis e o que pensam os possíveis vitoriosos de temas considerados controversos para a cúria. 

Assim, fizemos uma lista com alguns dos mais cotados, incluindo, também, seus posicionamentos em temas divisivos, quais sejam a abertura e aceitação de pessoas LGBTQIAP+ e suas particularidades, o que pensam sobre o recebimento de refugiados pela Europa e a inclusão de mulheres em cargos altos da igreja – um tabu para o Vaticano. Dentre reformadores, centristas e tradicionalistas, as posições são distintas e merecem destaques.

Luis Antonio Tagle (Filipinas)

Abertura a pessoas LGBTQIA+: Defende a compaixão e condena abertamente a discriminação contra grupos marginalizados. Embora mantenha a doutrina tradicional da Igreja, promove uma abordagem mais empática e inclusiva, mostrando-se aberto ao diálogo, ainda que equilibrado.

Refugiados e imigrantes: Como presidente da Caritas Internationalis, Tagle é um dos maiores e mais fervorosos defensores dos direitos dos migrantes e refugiados. Ele destacou inúmeras vezes que muitos países ocidentais esquecem que foram construídos por migrantes e enfatiza a necessidade de acolhimento e solidariedade.

Inclusão de mulheres: Defende maior participação de mulheres na Igreja, especialmente em áreas como comunicação e evangelização, mas não é um franco apoiador de reformas radicais neste sentido.

Pietro Parolin (Itália)

Abertura a pessoas LGBTQIA+: É dúbio. Ainda em 2015, descreveu a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Irlanda como “uma derrota para a humanidade”. Mais recentemente, no entanto, expressou apoio à dignidade de todas as pessoas incluindo esta comunidade, se opondo à criminalização da homossexualidade, movimento político que ocorre especialmente na África.

Refugiados e imigrantes: Parolin enfatizou por mais de uma vez a importância de salvar vidas de migrantes e defende a regularização de fluxos migratórios para garantir segurança e dignidade dos que fogem de situações calamitosas ou guerras, como as do Oriente Médio e África.

Inclusão de mulheres: Reconhece a importância da liderança feminina na sociedade e na Igreja, destacando suas contribuições em diversos setores. Assim como o anterior, não é apoiador declarado de reformas radicais.

Matteo Zuppi (Itália)

Abertura a pessoas LGBTQIA+: Enfatiza a diversidade como uma riqueza e defende o acompanhamento pastoral das pessoas homossexuais, promovendo uma Igreja inclusiva. É talvez um dos que mais vocalmente apoia a comunidade dentro da igreja, e é considerado o cardeal mais vocalmente progressista da Itália.

Refugiados e imigrantes: Zuppi é conhecido por seu trabalho pastoral junto a migrantes e pobres, em especial os não-católicos. Alguns dos gestos de inclusão tomados pelo cardeal foram a introdução de opções alimentares para muçulmanos em eventos religiosos e a advocacia e pressão pela recepção de refugiados em nome da solidariedade cristã.

Inclusão de mulheres: Advoga abertamente por maior participação feminina na vida eclesial, incluindo em cargos de liderança – um tabu para o Vaticano. Este, talvez, seja um dos poucos cardeais que apoiariam uma reforma mais radical nesta seara dentro da Igreja Católica. 

Péter Erdő (Hungria)

Abertura a pessoas LGBTQIAP+: Tradicionalista e conservador, é abertamente contrário aos gestos de solidariedade realizados nos últimos anos e, portanto, tende a retomar o distanciamento da igreja destes grupos.

Refugiados e imigrantes: Erdő criticou mais de uma vez a recepção desmedida de refugiados pela Europa, entendendo que apesar da solidariedade cristã ser importante, é necessário evitar que ela seja responsável pela fragilização de nações. É, portanto, o mais reticente dos Papas em potencial também neste tema.

Inclusão de mulheres: Reiterando seu conservadorismo, é contrário a mudanças estruturais, aderindo ao pensamento vigente que confere às mulheres posições de menor poder dentro da estrutura de poder católica.

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *