Conheça Kleber Mendonça Filho, diretor da mais nova promessa do cinema brasileiro

Brasileiro levou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes

Diretor tem longa história com o festival de cinema francês Crédito: Repdroução/Instagram

O cinema brasileiro quebra mais uma barreira: meses depois da vitória de ‘Ainda Estou Aqui’ no Oscar, outra promessa nacional está arrebatando juris mundo afora. No Festival de Cannes, o longa ‘O Agente Secreto’ não só levou o pódio de Melhor Ator, com Wagner Moura (primeiro ator brasileiro a fazê-lo), mas também o de Melhor Direção, com o cineasta recifense Kleber Mendonça Filho – vitória que o Brasil não tinha desde 1962.

O diretor, todavia, tem uma longa história de sucessos em festivais: sua primeira premiação internacional foi em 2012, com o longa ‘O Som ao Redor’, vitorioso no Prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema, em Roterdã, e considerado pelo New York Times como um dos dez melhores filmes do ano. O longa narra como uma empresa de segurança privada mudaria a vida de moradores recifenses, sob a ótica crítica do fenômeno nacional da crise de insegurança e crescimento do poder de milícias urbanas. 

O longa ‘Aquarius’ (2016) foi um marco na carreira de Kleber Mendonça Filho, catapultando seu trabalho para o reconhecimento global. O filme, que narra a poderosa resistência de uma moradora solitária contra as práticas predatórias de especuladores imobiliários, foi aclamado pela crítica e pelo público. Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes daquele ano, “Aquarius” não levou o troféu principal, mas a passagem da delegação brasileira ficou marcada por um memorável protesto político contra o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). O filme recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, consolidando a projeção do cineasta.

O cineasta pernambucano seria, também, um dos responsáveis pelo grande sucesso de bilheteria que foi ‘Bacurau’, vitorioso na categoria “Prêmio do Júri” na edição de 2019 do festival francês. O thriller narra a exploração de uma pequena cidade sertaneja por estrangeiros amorais, pautando temas complexos como violência estrutural e pós-colonialismo. O filme também se tornou o assunto do momento Brasil afora, além de sucesso de público e crítica, arrebatando diversas categorias em vários festivais nacionais. 

Agora, em 2025, mais uma vez o recifense leva o Brasil para o pódio, como o já aclamado ‘O Agente Secreto’, que promete estrear ainda este ano no país. Esta e outras vitórias não só mostram o poder do cinema nacional, mas, também a potência das narrativas que mesclam a exposição orgânica do cotidiano de personagens vívidos quando atravessados pelas dificuldades socioeconômicas típicas dos rincões de nosso país. Esta linha de contar vivências traz familiaridade e conexão, permitindo a tradução de um humanismo brasileiro que reconhece seus problemas mas não se paraliza por eles.

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