HIV: Quando a carga viral é indetectável?

Carga viral indetectável para HIV
A carga viral indetectável é o objetivo do tratamento do HIV Crédito: Towfiqu Barbhuiya/Pexels

O HIV marcou a história, seja por seu sem-número de vítimas ou pela estigmatização de comunidades inteiras. Passados quase quarenta anos desde o desenvolvimento do primeiro teste para detecção da infecção, todavia, a realidade dos portadores do vírus hoje em dia é bem diferente e o principal X da questão está na carga viral considerada indetectável.

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Indetectável quando os exames tradicionais para verificação do número de cópias do vírus, não consegue mais detectar presença razoável do mesmo. Hoje exames mais modernos até conseguem detectar carga viral mais baixa, mas quando o resultado é abaixo de 40 cópias por ml de sangue é considerada carga viral indetectável.

A indetectabilidade é adquirida após a estabilização do tratamento com antirretrovirais –  em regra, dois comprimidos diários -, o que pode levar alguns meses a depender do estágio da infecção quando se inicia o tratamento, o respeito ao padrão de tomada dos remédios ou questões biológicas de cada paciente.

Mesmo quando alcançada o acompanhamento deve continuar sendo feito, assim como a continuação do uso dos medicamentos. Possíveis pequenos aumentos transitórios na carga viral (conhecidos clinicamente como “blips”) podem acontecer, desde por displicência com o tratamento até por outras infecções presentes no corpo causando o aumento.

Fato que é uma pessoa com carga indetectável não transmite o vírus.  A busca por este status, portanto, não é somente um ato de autocuidado, mas de preocupação com o próximo e com a saúde nacional, evitando a difusão da doença, que apesar de plenamente controlável, ainda é perigosa.

Vale destacar que a prevenção, testagem e cuidados são totalmente gratuitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e plenamente acessíveis para todos os brasileiros. Mesmo quem não foi diagnosticado deve realizar a testagem, de preferência mais de uma vez ao ano, pelo fato de que o quanto antes se diagnostica a infecção, mais rápido se inicia o tratamento.

É claro, diagnósticos precoces também evitam os sintomas de uma infecção já estabelecida do vírus, tais como a fragilização do sistema imunológico – o que fomenta o aparecimento de doenças oportunistas.

O uso do preservativo ainda é vital para a proteção contra esta e outro sem-número de ISTs, como sífilis, gonorréia, herpes e M-Pox. Especialistas recomendam ainda, especialmente para os que figuram em grupos de maior circulação do HIV – homens que fazem sexo com outros homens -, o uso da famosa PrEP – Profilaxia Pré-Exposição -, que também é ofertada gratuitamente pelo SUS.

Precisamos destacar também que a vida de um portador do vírus HIV em status de indetectabilidade é, em suma, plenamente normal. O estigma, todavia, ainda existe: o trauma da era da AIDS, causada pelo avanço e não-tratamento do HIV, e das intervenções médicas violentas que marcaram a história da doença ainda assustam.

O grande risco ainda é, todavia, a falta de conhecimento: a esmagadora maioria das novas infecções advém do desconhecimento de que se porta o vírus, o que reforça a importância tanto da testagem frequente quanto do uso de métodos de prevenção.

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