Hotel Ca’d’Oro reabre em São Paulo

Um ícone da hotelaria e da gastronomia paulistana está de volta. O Ca’d’Oro acaba de reabrir ao público no mesmo endereço, mas completamente remodelado. O novo hotel é uma parceria da Brookfield Incorporações e da Família Guzzoni, que há mais de 60 anos inaugurou o Ca´d´Oro.

Antes do hotel, veio o restaurante, fundado em julho de 1953 em uma das mais imponentes ruas de São Paulo na época, a Barão de Itapetininga. O nome foi sugerido pela sogra de Guzzoni, que havia visitado em Veneza o palácio Ca’d’Oro (“Casa de Ouro” em dialeto local), uma construção do início do século XV, que hoje funciona como um museu. O hotel Ca’d’Oro abriu três anos depois, em setembro de 1956, também na região central da cidade. Em janeiro de 1965, o hotel foi transferido para a Rua Avanhandava. O Grand Hotel Ca’d’Oro chegou a ter 400 apartamentos e recebeu reis e rainhas da Suécia e Espanha, Nelson Mandela, Pablo Neruda, Luciano Pavarotti, Jorge Amado, Mário Quintana, Emiliano Di Cavalcanti, Vinicius de Moraes, Eder Jofre, entre outros hóspedes famosos. O hotel foi fechado em 2009, dando início ao processo de revitalização.

O novo Hotel Ca´d´Oro integra um complexo de conceito mixed use com projeto arquitetônico de José Lucena, arquitetura de interiores e conceito de Patricia Anastassiadis e paisagismo de Benedito Abbud. A torre de 27 andares traz além das dependências do hotel, 387 salas comerciais, com entradas independentes. No térreo, ficam a recepção, bar e restaurante do hotel, no 1º piso, seis salas de evento, e na cobertura de vista panorâmica, a piscina, sauna e fitness center.

São 147 apartamentos de 26-56 m² distribuídos entre o 19º e o 26º andar. São três tipos de unidades, superior, suíte júnior e suíte executiva, todos com varanda e equipados com ar condicionado, cama queen, minibar, máquina de café Nespresso, dock para iPod/ iPhone e wifi gratuito. A suíte júnior dispõe de sala e banheiro com dois lavatórios. Na executiva, além de ampla sala, há escritório privativo.

Com 90 lugares, o restaurante se divide em dois ambientes, o salão de paredes espelhadas e a varanda envidraçada, de frente para a Rua Augusta. O mobiliário é clássico e destaca a madeira, presente tanto no piso do salão quanto nas mesas, que são acompanhadas de sofás e poltronas em tons de verde e cru. O piano francês Erard, de 1870 – único do Brasil em perfeito funcionamento –, em madeira marfim e “marchetaria”, retorna ao restaurante, assim como outras obras de arte que decoravam o antigo Ca´d´Oro. No cardápio estão pratos que fizeram a história da casa.

No classudo bar do Ca’d’Oro, instalado entre o lobby e o restaurante, uma imponente adega de vinhos climatizada tem espaço para mil garrafas – a carta tem 130 rótulos, com destaque para produtores italianos e do Velho Mundo. Nas noites de terça a sábado e no almoço de domingo, música ao vivo, com um pianista tocando no raro Erard.