Visitando os famosos Coffeeshops de Amsterdam
Antes de qualquer coisa é preciso desmitificar um pouco os Coffeeshops de Amsterdam. Não são lugares perigosos, não são mal frequentados, não precisa usar algum tipo de droga para frequentar e nem tão pouco é um lugar onde você vai ficar completamente alucinado de tanta droga e poderá fazer o que quiser. Pronto! Agora que os dois extremos foram esclarecidos, uma dica: Visitar um coffeeshop em Amsterdam é sim um programa interessante.
Seja pelo aspecto cultural, já que a Holanda está na vanguarda da política mais libertária de entorpecentes, seja pelo aspecto sociológico, para tirar aquela impressão de que os usuários são pessoas estranhas, ou simplesmente pelo fato de ser um aspecto turístico da cidade (mas não vá sair tirando foto como se estivesse num museu ou algo assim) considero a sim esse um passeio a ser feito quando você estiver em Amsterdam. Para você entender melhor o assunto e ver o que me motivou a visita, preparei esse post contando um pouco da história, do conceito e claro com dicas a respeito.
Primeiro é preciso ficar atento já que o nome pode parecer outra coisa. Mas é que na verdade os coffeeshops eram originalmente lugares de vender bebidas, mas passaram a ter na venda dos produtos a base de cannabis a sua maior renda. Isso aconteceu a partir das décadas de 80, quando após inúmeras tentativas frustradas de coibir o comércio ilegal o governo holandês decidiu adotar uma lei mais branda de tolerância às drogas mais leves. O “Gedoogbeleid” (política de tolerância) passou a distribuir licenças aos coffeeshops de Amsterdam que se enquadram nas regras, e acreditem elas são bastante duras. A principal é a proibição da entrada de menores de 18 anos nesses estabelecimentos (por isso não se aventure se você for menor de idade, mesmo que não vá consumir, e sendo maior leve uma identificação) e de mais de 5 gramas por pessoa. Engana-se quem acha que manter ou abrir um coffeshopp é fácil, apesar do boom dos estabelecimentos que aconteceu principalmente no final dos anos 80 e começo dos anos 90. A regras são bastante rígidas e modificadas constantemente, como por exemplo a atual proibição de funcionamento desses estabelecimentos a uma distância de até 250 metros de escolas.
Outra dúvida muito comum é se estrangeiros podem comprar drogas nos coffeshops de Amsterdam. Muita gente noticiou a proibição da venda para estrangeiros, mas na verdade o que aconteceu foi a criação de uma espécie de carteirinha para que os holandeses pudessem comprar as substâncias livremente. De fato, essa nova política poderia impedir a compra por parte dos estrangeiros, contudo ela foi um fracasso e só foi aplicada em algumas cidades do interior da Holanda. Amsterdam nunca chegou a exigir esse documento e embora o assunto se arraste atualmente na justiça o fato é que o ministro da justiça que baniu a lei deixou a critério das autoridades locais a decisão. Portanto atualmente a venda é liberada para holandeses e turistas nos coffeeshops de Amsterdam.
Mas isso também não significa que você estrangeiro precisa comprar a droga para entrar em algum coffeeshop. Na verdade, o ambiente é equivalente a um bar, incluindo os diferentes tipos de produtos da cannabis no menu de cada um, e você poderá entrar e ficar lá dentro sem consumir nada ou simplesmente consumindo alguma bebida ou comida que alguns oferecem (só lembrando que a venda de bebida alcoólica é rara nesses estabelecimentos). Claro é importante lembrar que ninguém ali quer ser fotografado ou importunado, por isso o bom senso é primordial. Mas acredite, o ambiente está longe de ser algo pesado ou ruim.
Para finalizar, uma lista de cinco coffeeshops de Amsterdam que valem a sua visita se você se interessou depois de ler esse post:
The Bulldog – Um dos mais famosos da cidade, tem filial em diversos bairros de Amsterdam. É também o mais frequentado pelos turistas, e apesar da cortina de fumaça a música ambiente e o clima fazem desse coffeeshop uma boa escolha para sua visita. O primeiro – The Bulldog The First – foi fundando em 1974 e funciona até hoje (Oudezijds Voorburgwal 90), mas outros dois são bastante procurados pelos turistas: O The Bulldog Havri (Leidseplein 17) e o The Bulldog Energy (Oudezijds Voorburgwal 218) que fica no Red Light District.
The Grasshopper – Uma boa opção para quem ainda está receoso em conhecer um coffeeshop já que no ambiente também funciona um restaurante e bar. Ou seja, uma ótima pedida para você que está curioso, mas não se sentirá à vontade sem consumir algo no local, mesmo que não seja cannabis (Oudebrugsteeg 16).
Greenhouse – Um dos poucos que serve drinks é famoso pelas fotos de famosos que já passaram pelo local e provaram a erva da casa em suas paredes (Centrum Oudezijds Voorburgwal, 191).
Kashmir Lounge – O fato de ser um dos primeiros coffeeshops a colocar DJ e ter uma decoração colorida, com um clima meio hindu, é muito frequentado por grupo de amigos. Porém o bar fica separado do coffeeshop (Jan Pieter Heijestraat 85).
DrampKring – Já serviu até de locação para o filme “12 Homens e Outro Segredo”, o que aumentou o fluxo de turistas no local. O clima menos underground também costuma atrair visitantes mais desconfiados (Handboogstraat 29).
Infelizmente o que é considerado o primeiro coffeeshop de Amsterdam, o Mellow Yellow fechou suas portas recentemente por estar próximo a uma escola de cabeleireiros (acredite!). É que com a lei que proíbe os estabelecimentos próximos a escolas forçou esse fechamento, embora é claro nenhum menor de 18 anos estude nessa escola. O proprietário tenta reabrir o local ou levar o seu coffeeshop para outro endereço.
Fotos: divulgação (por respeito aos lugares não tiramos fotos)
Importante: Esse post não tem o objetivo de incentivar o consumo de drogas mesmo que de forma legalizada e sim apenas falar sobre um aspecto cultural de Amsterdam.
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