Avisa que é ela! Oito trabalhos de Fernanda Torres para rever
Confira alguns dos grandes trabalhos da atriz que venceu o Globo de Ouro
O dia 6 de janeiro ficará pra sempre marcado como um dia histórico para o cinema brasileiro. Fernanda Torres venceu o Golden Globes, derrotando a pesada concorrência das atrizes Nicole Kidman, Angelina Jolie, Kate Winslet, Tilda Swinton e Pamela Anderson.
A vitória consagra, também, a brasileira e seu filme, o aclamado ‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, como fortes concorrentes ao Oscar, que ocorrerá em março deste ano, mesmo com a atriz não acreditando estar entre as indicadas a premiação.
Eternizada, Fernanda tem em sua filmografia uma extensa lista de papéis e personagens icônicos, muitos dos quais já se tornaram memes internet afora. Para além destes pequenos pedaços de brilhantismo e bom humor, uma boa forma de homenagear a querida Fernandinha seria revisitar alguns de seus mais icônicos papéis e trabalhos, seja no Cinema, Televisão ou Teatro.
O premiado “Marvada Carne”, de 1985, tem Fernanda no papel da protagonista, “Carula”: ainda com vinte anos, a filha de Fernanda Montenegro mostra seu potencial na comédia ao viver as aventuras amorosas de uma jovem do interior que está desesperada para se casar. Considerado um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, certamente é um dos primeiros grandes trabalhos da homenageada.
Fernanda Torres, logo depois, encara o complexo papel da protagonista feminina em “Eu Sei que Vou te Amar”, de 1986. A obra, roteirizada e dirigida por Arnaldo Jabor, aclamado autor nacional, alcançou grande prestígio em Cannes, famoso festival internacional de cinema, premiando a atriz por seu impecável trabalho. O filme retrata um casal que, após tempos separados, se reencontra e, num jogo da verdade, aventuram-se com suas verdades, arrependimentos e profundos sentimentos.
Curiosamente, assim como em “Ainda Estou Aqui”, em 1996 a Fernanda Torres e Walter Salles trabalham juntos no aclamado filme “Terra Estrangeira”: considerado como um dos “100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos”, a obra retrata as dificuldades e anseios daqueles que abandonam seus países em busca de novas vidas. A eletrizante aventura fala sobre paixão, solidão e saudades, e é um ponto de parada obrigatório para os que querem conhecer melhor o cinema nacional.
O último filme selecionado para este recorte é o emocionante “Casa de Areia”, de 2005, colocando lado-a-lado mãe e filha: Fernanda Montenegro e Fernanda Torres trabalham juntas nesta obra nacional, filmada nos belíssimos Lençóis Maranhenses. O drama retrata uma família tentando recomeçar a vida em meio a um inóspito lugar, cercado de areia e desolação, imerso em conflitos e desilusões.
Na televisão, Fernanda também deu vida a personagens icônicos: não há como trazer os melhores momentos da filmografia da homenageada sem mencionar seu protagonismo no remake da novela “Selva de Pedra”, em 1986. Ainda que, atualmente, a atriz seja bastante crítica – e ligeiramente envergonhada – do seu trabalho na mesma, o papel da artista-plástica Simone, a mocinha da trama – papel que, na iteração anterior, fora da então jovem Regina Duarte. A obra conta, também, com Christiane Torloni no papel da vilã Fernanda, e Tony Ramos como Cristiano, protagonista e interesse romântico de Torres.
Os millennials talvez se lembrem melhor dos papéis mais descontraídos da atriz, como a de Vani, na série “Os Normais” (2001 – 2003), dividindo o protagonismo com Luiz Fernando Guimarães, que dava vida à Rui. A sitcom da Globo, criada por Fernanda Young e Alexandre Machado, explorava as aventuras do casal e reverbera até hoje em plataformas de streaming e com cortes em redes sociais: o humor ácido e postura irreverente acaba memetizado, demonstrando que bons trabalhos de humor, por vezes, ultrapassam as fronteiras geracionais.
Tratando ainda de trabalhos meméticos, a atriz viraliza até hoje em cortes de outra sitcom protagonizada, a “Tapas & Beijos” (2011 – 2015). A série de humor retrata o cotidiano das amigas Fátima e Sueli, que dividem o mesmo apartamento no Méier, o mesmo local de trabalho e a situação de solteirisse irremediável. A brilhante química entre ambas, vividas por Fernanda Torres e Andréa Beltrão, em combinação com o texto ácido e quase niilista de cada episódio, permite uma experiência única que fala sobre amizade, amor e bom-humor diante da adversidade.
Não deixando os fãs de teatro na mão, é importante trazer também papéis e obras marcadas pela presença da hoje premiada. Talvez, uma das mais aclamadas experiências teatrais protagonizadas pela atriz tenha sido “A Casa dos Budas Ditosos”, de João Ubaldo Ribeiro. Com sua primeira temporada remontando a 2004, Fernanda encarna uma libertina baiana que, sentada, reconta suas aventuras libidinosas: um monólogo ácido e que instiga reflexões, capaz de mover multidões a cada momento que se anuncia seu retorno aos palcos.
É claro, oito obras não definem uma artista: sem dúvida, outras pérolas e favoritos estarão omitidos nesta lista, que não tem outro objetivo senão instigar a que conheçamos melhor esta atriz que, hoje e sempre, nos orgulha como brasileiros. Agora, fica a sugestão de maratonar estas e outras obras até o dia 03 de março, quando Fernanda Torres enfrentará o desafio que é ganhar também o Oscar.