Berlim e as memórias do nazismo: Portão de Brandemburgo e arredores

Impossível não pensar na história do nazismo e a consequente Guerra Mundial quando se visita Berlim. Até porque diversos pontos da cidade tiveram importância histórica nesse passado recente da capital alemã e outros tantos foram criados depois para homenagear os mortos durante o período ou preservar a memória do que ocorreu, para que não aconteça novamente. Nesse post vamos falar sobre cinco pontos bem no centro da cidade que são ligados a esses fatos, mas é possível conhecer muito mais a respeito em outros posts que fizemos sobre Berlim.

Dois deles estão intimamente ligados ao fim da II Guerra Mundial, quando Berlim foi dividida entre a parte ocidental e oriental, controlada pelos países da aliança que derrotou o nazismo. Bem próximos, o Checkpoint Charlie e a Topografia do Terror contam um pouco da história do Muro de Berlim. Construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, o muro marcava a separação da República Federal da Alemanha, sob comando dos países capitalistas, e a República Democrática Alemã, liderada pelos países socialistas.

O Checkpoint Charlie era um dos postos militares espalhados por Berlim para a passagem entre as duas Alemanhas. A reprodução da cabine de madeira usada pelos soldados americanos é uma das atrações turísticas mais visitadas da cidade. Do lado soviético a estrutura era maior, com torres de observação e barreiras para revistar os carros. Um café bem em frente – Café Adler – era usado como ponto de observação por parte dos aliados já que através do Checkpoint Charlie era possível ver do outro lado a Berlim Oriental.

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Já a Topografia do Terror é um museu em que se preserva a história dos horrores praticados pelos nazistas. Construído onde ficava a sede da Políca Secreta Nazista – Gestapo – esse local é marcado por ser onde foram planejados e executados muitos crimes nazistas. Na parte de cima do terreno é possível ver ainda de pé uma parte grande do Muro de Berlim e logo abaixo uma exposição com linha do tempo mostra fotos, matérias e documentos sobre o regime nazista dispostos no que era o porão da Gestapo. Um museu logo atrás também conta mais sobre essa época com mais documentos importantes, audioguias, maquetes e computadores. A entrada é gratuita e funciona das 10h às 20h.

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Certamente o lugar mais famoso de Berlim, o Portão de Brandemburgo é muito associado ao período da queda do Muro de Berlim por ter sido um dos pontos mais procurados pelos alemães durante o episódio. Mas sua importância histórica é ainda mais antiga. Com o fim da Guerra dos 30 anos, a partir de 1658 Berlim começou a se expandir como uma fortaleza, cercada de muros altos e com algumas portas de acesso. O Portão de Brandemburgo foi construído onde existia uma dessa portas a mando do rei da Prússia Friedrich Wilhelm II e inaugurado ainda inacabado, sem as esculturas e a quadriga do topo, em 1791. O primeiro momento histórico acontecido no portão foi a entrada das tropas francesas de Napoleão em outubro de 1806 e o segundo foi quando ficou isolado e sem ligar a lugar nenhum com a construção do Muro de Berlim, em 1961. Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, foi usado durante um tempo ainda como fronteira entre as duas Berlins até que a reunificação se desse por completo. Hoje é símbolo dessa reunificação e local de comemoração de grandes feitos históricos e datas importantes, como o réveillon por exemplo, e marca o fim da famosa Avenida Unter den Liden e o começo do Parque Tiergarten.

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Para finalizar dois parques construídos após a reunificação alemã para lembrar aqueles que sofreram com a perseguição nazista. Bem ao lado do Portão de Brandemburgo, e igualmente famoso, está o Memorial do Holocausto, também chamado de Memorial aos Judeus Mortos na Europa. A área de 19 mil metros quadrados coberta com 2.711 blocos desenhados para produzir, segundo o projeto, uma intranquilidade. Um anexo subterrâneo guarda os nomes de todas as vítimas judaicas do Holocausto.

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O outro, menos conhecido, está dentro do Tiergarten, mas também bem próximo ao Portão de Brandemburgo é o Memorial para os grupos Sinti e Roma. Dedicado a memória dos mortos em Porajmos – o genocídio nazista de ciganos de origem da europa ocidental e centra (Sinti) e da parte oriental (Roma). Projetado pelo israelense Dani Karvan, é uma piscina de fundo preto com uma pedra triangular ao centro onde diariamente é colocada uma flor (dizem que quando a flor murcha a pedra afunda num canto). Na bora da piscina há o poema “Auschwitz” em três línguas: alemão, inglês e romani (a língua dos ciganos) e no entorno há placas de mármore com nomes de campos de concentração. Ao lado uma placa de vidro com a cronologia do genocídio desses grupos.

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