Exigência do comprovante de vacinação da Covid-19 pode ser solução pro turismo?

Se adaptar a nova realidade é urgente ao turismo, um dos setores mais atingidos com a pandemia. Depois de restrições de viagens impostas para barrar a disseminação, agora se estudam soluções para a retomada do setor. O comprovante de vacinação da Covid-19 é apontado como um dos caminhos. Mas, de fato, ele já será adotado pelos países?

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Sabemos que alguns destinos já exigem comprovante de vacinação para entrada de turistas, como da Febre Amarela. Mas quando o assunto é Covid-19 ainda há muitas questões que estão sendo levantadas.

Como noticiamos, recentemente a Emirates iniciou o teste do IATA Travel Pass, uma espécie de passaporte com informações do viajante em relação ao novo coronavírus, tais como resultados de teste. Mas há também espaço no projeto para informações sobre a vacinação.

Com alguns países que dependem economicamente do turismo vendo a possibilidade de um segundo ano com retrocesso grande no número de viagens, governos começam a planejar se o comprovante de vacinação da Covid-19 poderia ser exigido como forma de já começar a acelerar a retomada do turismo.

Segundo a agência Reuters, líderes da União Europeia aceitaram começar a trabalhar para que cidadãos vacinados possam começar a viajar entre os países do bloco. A inciativa poderia inclusive ser aplicada a nível mundial. A questão seria uma solução para diminuir os impactos, especialmente dos países do sul europeu, que dependem muito do turismo. Vale lembrar que a alta temporada por lá acontece nas férias de verão, no meio do ano.

Porém não há unanimidade entre os países integrantes. E os questionamentos levantados devem ser discutidos em todo o mundo, especialmente em uma época em que o percentual de vacinados no mundo ainda é muito pequeno.

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Algumas autoridades afirmam que isso seria discriminatório, uma vez que seria uma forma de quase tornar a vacinação compulsória. O argumento porém esbarra na exigências sanitárias que já existem relacionadas a outros vírus para entrada de turistas em alguns países.

Um argumento bem mais embasado é que ainda não se sabe ao certo em que estágio do processo de inoculação em duas etapas esse certificado de vacinação da Covid-19 seria emitido. Além disso, os diferentes tipos de vacina apresentam intervalo entre as etapas diferentes.

Também não há ainda orientação da OMS se as pessoas que receberam duas injeções da vacina da Covid-19 podem ser portadoras do coronavírus e infectar outras pessoas, mesmo que elas próprias não estejam mais vulneráveis.

Por fim, uma questão mais importante é se não seria prematuro usar o certificado de vacinação da Covi-19 como exigência para as viagens neste momento. Além de apenas uma pequena parte da população mundial poder ter se vacinado, já que estamos ainda nos grupos prioritários, existe a questão da diferença entre países pobres e ricos na quantidade de vacina ofertada para a população.

Restringir de forma ampla a circulação de pessoas já levantou questionamentos quanto a liberdade de movimentação, mas foi necessário para a contenção da pandemia. Liberar a viagem para um grupo específico, levando em conta apenas o fato de ter sido vacinado por ser do grupo prioritário levantaria um questionamento de quem está no final da fila.

Mesmo assim, exemplos isolados de liberação de viagens através do comprovante de vacinação da Covid-19 já começam a aparecer. No início de fevereiro, Grécia e Israel assinaram um acordo para aliviar as restrições de viagens à Grécia para israelenses vacinados.

Foto: Alexandr Podvalny / Pexels